terça-feira, 2 de agosto de 2011

A descoberta do conhecido

Ele surgiu no meu mundo e nem o reparei, era só mais um cruzando os corredores, mas um dia ele estava na companhia de pessoas que reparo e então o notei. Descobri já ter falado com ele e que já tinham me falado dele, só então o dei atenção e assim tudo começou.
Ele é dessas pessoas que te roubam sem permissão e adoro pessoas assim. Quando dei por mim ele já ocupava uma parte do que me faz forte. Em menos de um dia eu já era dele, já haviam “teorias” que foram aumentando e mudando ao decorrer dos minutos quase que diários de convivência. Ele passou a ser mais um que gostava de ter perto, que me divertia, me fazia rir. Desconfio que ele não ficou satisfeito de ser apenas isso e, esquecendo que todos se tornam responsáveis por aquilo que cativam, resolveu se apoderar ainda mais de mim. Mesmo querendo, não consegui impedir. Fui rendida pelo seu ar um quanto tanto instigante, seu jeito espontâneo de agir e falar e sobretudo pelo seu jeito de me olhar, que admito me deixar um pouco tonta. Isso o fez dele mais do que os outros.
Hoje ele é fundamental pra mim e o quero muito mais do que posso ou devo, anseio por descobrir mais deste que sei tão pouco, que é tão imprevisível e mesmo assim me faz tão bem. Ao seu lado sou obrigada a ser apenas eu mesma e ele nem sabe o poder que tem sobre mim, já responderia a todas suas perguntas e como desejo que ele responda a minhas inúmeras curiosidades a cerca deste conhecido tão desconhecido.
O difícil é saber o que mais gosto nele, ele faz uma infinidade de coisas de um jeito único, que me conquistam e me fazem apaixonada por suas atitudes. Ele nem sabe como eu gosto quando ele aproxima a bochecha perto da minha boca para receber um beijo meu, o quanto gosto do seu jeito infantil de segurar minha mão sempre quando está do meu lado, da sua cara de menino travesso quando fala besteirinhas pra me provocar, da sua cara de culpado quando parece a ponto de largar tudo ou ainda da sua cara de “que menina chata” quando eu estou arengando com ele. Gosto também do jeito como me olha por cima dos óculos quando quer saber o que estou pensando ou quando quer que eu saiba o que ele está pensando. São coisas tão pequenas que o fazem ser quem ele é, pequenas manias que me fazem totalmente rendida a ele, sem falar no timbre de voz, perfume, jeito de sorrir e até sua cara de quem está fazendo algo que não gosta. Quando ele está realizando qualquer uma desses atos é como se o mundo ao redor não existisse e só fossemos eu e ele.
O que me pergunto quase que incansavelmente é por que resolvi construir apego por ele, que pertence a um mundo tão diferente do meu e com quem não vou poder estreitar os laços de sentimentos que existem em meus pensamentos mais infantis, por que teimo em lembrar-me dele antes de dormir, por que insisto em me perde em meus pensamentos fico me imaginando contando a ele todas as minhas vontades das mais sutis até as mais secretas, quero conhecer todos os seus pequenos pecados, imagino ele me falando sobre seus gostos, sua casa, seus amigos, com quem se deita, quem lhe dá abrigo, imagino conversas longas pra tentar  conhecê-lo, abraços e risos sem motivos, pores-do-sol, filmes, caminhadas, confissões e beijos. Quando percebo que estou tomada por esses devaneios me interrompo e me obrigo a voltar pra mim, a vê-lo como realmente é: proibido pra mim.
Chego a achar que existem dois dele: o verdadeiro e o dos meus cenários. Como eu queria que eles se tornassem um. Como eu queria que ele pensasse um pouco em mim. Como eu queria conversar com ele abertamente sobre tudo que penso e acho de nós. Desejos, meus doces desejos que me motivam a viver. Sonhadora? Boba? Sou muito, mas não confundo a realidade com meus sonhos e minhas bobagens. As bobagens evitam o meu tédio e meus sonhos motivam a minha realidade ser ainda melhor.
E ele no momento me garante ficar menos vazia, me traz um pouco do meu âmago de volta e é por isso que gosto tanto dele, que quero tanto o ter por perto e enquanto for assim vou continuar pensando nele, mesmo não sendo recíproco, mesmo correndo o risco dele se assustar e fugir, não importa eu já tenho o mínimo necessário dele por tempo o suficiente para achar uma solução definitiva para esse teimoso vazio que ele parece ter a cura. Não é o que desejo, mas não sei o que devo desejar, então só levo um dia de cada vez espero sempre algo fazer sentido. E enquanto isso, brinco com minhas insanas “teorias”.

2 comentários:

  1. cometario dessa que é responsavel por este blog:
    abandonei um pouco o blog mes passado, parte pela correria da vida parte por falta de inspiração.
    vou tentar não mais fazer isso, mas as vezes não consigo expressar o que passa no meu mundinho que nem sempre é colorido.
    E depois de tanto tempo sem postar, resolvo postar esse texto que nem ficou bom, mas é sobre alguem especial que nunca me imaginei escrevendo sobre. Assim como Lispector gosto de ouvi minhas vontades e esse texto foi coisa de vontade: pensei nele, imaginei algo, entao escrevi. Espero que gostem ou que ao menos ele goste!!
    Prometo postar algo diferente dos textos habituais assim que consiguir concluir as "Descobertas".

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  2. Muito bom o texto, fiquei curioso sobre a pessoal a qual vc refere-se. Mas prefiro não imaginar quem poderia ser.
    Por isso só posso lhe elogiar, pois escreves com o coração. E só corações podem ler o que corações escrevem!!!

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